30 janeiro, 2008

MANHÃ


Cada manhã de um livro
Nova página de um desafio
(é quando me encontro mais velho)
Com o espelho digladio

No afã de constatar-me vivo
De encarar minha alma
Auscultá-la, espreitá-la,
Seduzí-la a preencher a minha calma
Capturá-la e expor
Suas fragilidades em minha jaula
Digerí-la e degustar
Suas delícias em minha sala
Apreendê-la e moldar
A sua boca à minha fala
E surpreendo-me
Ao recusar enterrá-la.

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