14 dezembro, 2007

BRANCO DA SOMBRA





O corpo indenso
flutua aprisionado
em balanço intenso.

Os braços tisnados
pendem a ilusão,
no vai-vém,
ficar-com, ficar-sem,
guincha-range-assovia.
os pés pedem
chão

Nem mesmo a brisa
esvoaçante magia
catalisa a energia
gerada a esmo

estéril procura
inalcansável textura
alma estagnada
adiante, distante,
pura

Posted by Picasa

22 novembro, 2007

CARAMELO WIN


Acesa,
Ali, espreita,
Labareda no olhar,
A fantasia suprema,
Enquanto é feita
A divisão salutar
Produto das travessuras.

À mesa,
Infâncias puras,
Faíscam olhares

Incontidos:
Encherão
Cada mão,
De sabores merecidos,
De doces lembranças,
Gostosuras!


Posted by Picasa

15 novembro, 2007

UM SORRIZOOM



OSSO
RISO
DO O
LHAR
PASSA
PELA
CARA
D'PAU
CASSA
A TRIZ
TEZA
FIXA
O VAL
OR DA
FIBRA

ENSINA
AO DE CIMA
O DE BAIXO
APROXIMA
O LONGE
DO PERTO
FASCINA
O MONGE
E O ESPERTO
APLICA
IMPROVISO
À CONSTÂNCIA
EXPLICA:
ETERNIZO
A INFÂNCIA

Posted by Picasa

08 novembro, 2007

SOPROS UNIDOS


AGORA

SOMOS
SOPROS
UNIDOS

ALANDO
SONHOS

FLUTUANDO
VIDAS

ESPARGINDO
FÉRTEIS
SILÊNCIOS

ESPALHANDO
UNIVERSOS
COM MÃOS DE FADA

DAQUI A POUCO

UMA CÚMPLICE,
GOSTOSA,
RISADA!
Posted by Picasa

30 outubro, 2007

ALAR NUS À MARTE


Solitário: calar-me.
Não vôo calado.
.
Voar!?
Só, mente e corpo,
ao teu lado.
.
Asar?
apenas com meu par,
consorte.
.
Ir à Lua?
A partir de plataforma
terna e forte.
.
No céu, no luar,
no amar-te,
alar-me.

.
Posted by Picasa

27 outubro, 2007

efemeROSES



Vão
em todas as direções
para absorver os mistérios
da luz eterna
escurecem a cor dos dias
para observar a alegria
da terna flor


13 outubro, 2007

10 outubro, 2007

09 outubro, 2007

NASCEI NO CÉU



Assei ao sol
céu sem brisa
sou caliente cor
a seiva periferiza
avança, capilariza
a temperatura interior
contorna, gentil
o frágil brilho
de um renascimento
avença, intento,
desenho em anil
sorriso celeste
da vida o gatilho
estampido de amor
passeio agreste
Posted by Picasa

06 outubro, 2007

PARa VER MELHOr








Para ver melhor

o par, vermelho

pinto, pigmento,

sobre o fundo escuro

do espanto

trilho o caminho

sangrento, seguro

o brilho afilado

a garra estanca

tenaz retesada

braça-alavanca

15 setembro, 2007

TECLADO VIOLADO






VI O LADO HUMANO
DAS COISAS QUE TOCAM
O CORAÇÃO DO MUNDO.
VI O HALO IRREDUTÍVEL
NO TEU COLO ANGELICAL.
VIL VALORAÇÃO SEM DÓ
HÁLITO DO HINO MATINAL
LÁ, NO CÉU, BUSCA AO REDOR,
DEDILHAÇADO, A DESTREZA,
O BRILHO DE ESTRELA.
VIOLO-TE CALADO!
NÃO CANTO A TRISTEZA;
NÃO CANTO, QUERÊ-LA
SEM HARMONIA, ENCANTO;
SEM SOM, BRADO O PRANTO!


Posted by Picasa

11 setembro, 2007

A TRAVESSIA DESLANCHA


VEM À TONA
O MOSAICO DA VIDA

DESLIZA NO AZUL ALMA SINA

ONDE O DIA DESMANCHA
A ROTINA

ONDE A NOITE APRISIONA
A LUZ

A TRAVESSIA DESLANCHA
E EMBORA AGRIDA

A LIBERDADE SEDUZ

Posted by Picasa

28 agosto, 2007

ASCETA SETEIRA

Sair da densa escuridão
A chave está na procura
Nem tudo que arde
cura
Vai sem alarde a solidão
Nem toda seta
fura
Nem toda ponta
espeta
Olhar o sol, norteia a ação
Nem toda pompa
encanta
Nem todo perigo
espanta
Nem todo o calor
greta
As trilhas do coração


Posted by Picasa

21 agosto, 2007

GUIA fuTURÍSTICO

Posted by Picasa

LUCILANTES



Semeio lucilantes fios nas bordas
Colho contraste em teu seio sombrio
E, quando acordas, lacrimeja a haste,
Enveredo verde, dócil lume do cio
Posted by Picasa

11 agosto, 2007

MARIA CONFESSA



Viagem começa
Maria-sem-pressa
A moça confessa
Isso é eco-fumaça
Que sobe em prece
E some prá cima
No máximo passa
Nos olhos das casas
E fixa uma neve
Nas cascas, nas asas,
Nos bancos da praça
.
A moça confessa
é quase um mousse
semeia uma tosse
que, à sesta, cessa
Maria-sem-pressa
Maria-sem-graça
chora, ora, essa
Maria-insossa,
Se é sem fumaça,
Confessa a moça.
Posted by Picasa

07 agosto, 2007

O INFANTE E A FONTE

A um passo dos desejos
há um lapso de medida
procura a moeda perdida
por culpa de um gracejo
entre o quero e o posso
o que me é dado, o que almejo
entre a indiferença e o gozo
entre o meu, o teu, o nosso,
entre o que sonho e o que vejo
está o destino faustoso
Posted by Picasa

02 agosto, 2007

ADORMESSIAS

Dorme a ânsia
De enxergar além.
Dorme.
Dorme a ânsia
De chegar ao fim.
Dorme o escuro e, risonho,
Boceja o sonho,
Num arpejo de alegria,
Espreguiça o desejo,
Acorda o dia
Adormecido em mim
Posted by Picasa

28 julho, 2007

BRILHO-PRÓDIGO


Reflita!
Há tanta coisa bonita
Entre a partida e o destino,
Entre a velhice e o menino.
Há um tanto de inusitado
De impensável, um eito,
Entre a explosão e o calado
Entre a história e a geografia
Um manto de pedra fria
Acolhe um verde penacho
O diferente é aceito
Na constelação de brita
O espanto, no leito, crepita
Entre o romance e o escracho
Há o canto do sol que palpita
Em luz cifrada, em código
Diz: sempre haverá um jeito
No ventre de quem acredita
Que adentre o brilho-pródigo
Do pó entre o chão e o capacho.
Posted by Picasa

22 julho, 2007

ESCALADA HERÓICA


Nosso herói sabe onde pisa
Nenhum caminho reprisa
à espera que o dia escorra
Na escalada precisa
Ventania é como brisa
Alegria: estar com a cachorra
Posted by Picasa

20 julho, 2007

DEDO DEDICADO

Dedo mole em noite escura
Tato: engole a partitura
Canta, brinca, dança pura
Cinzel silente: som-escultura
e
Dedilha, diz, dedica a balada
Dividido pela corda, o dedo
Adoenta, cura, intoxica, depura
Exala o feliz, cala o medo,
Perde-se, enquanto procura
Paralisa, quando embala a amada

11 julho, 2007

COMEMORA


Não chores!
Pés no chão, olhos no horizonte,
mantendo erguida a fronte.
Não implores
na via, os melhores condicionantes;
na agrura, o conforto da ponte.
Comemora
cada hora, de espera pelo instante
do agora comungado ao distante.
Não devores
as texturas, as formas diferentes,
os matizes.
Vai, valora
tua postura, norma que faz ambientes
mais felizes!
Posted by Picasa

09 julho, 2007

SÊ REMOS, RUMOS

Mão e mão,
reunidas buscam ,
miram a clareza no cimo,
narram o rumo;
espalmadas, remam,
à terra vão,
arrumam aos mimos
rimas rotas
rotas românticas
ritmadas ao redor
do coração
Posted by Picasa