28 agosto, 2007

ASCETA SETEIRA

Sair da densa escuridão
A chave está na procura
Nem tudo que arde
cura
Vai sem alarde a solidão
Nem toda seta
fura
Nem toda ponta
espeta
Olhar o sol, norteia a ação
Nem toda pompa
encanta
Nem todo perigo
espanta
Nem todo o calor
greta
As trilhas do coração


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21 agosto, 2007

GUIA fuTURÍSTICO

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LUCILANTES



Semeio lucilantes fios nas bordas
Colho contraste em teu seio sombrio
E, quando acordas, lacrimeja a haste,
Enveredo verde, dócil lume do cio
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11 agosto, 2007

MARIA CONFESSA



Viagem começa
Maria-sem-pressa
A moça confessa
Isso é eco-fumaça
Que sobe em prece
E some prá cima
No máximo passa
Nos olhos das casas
E fixa uma neve
Nas cascas, nas asas,
Nos bancos da praça
.
A moça confessa
é quase um mousse
semeia uma tosse
que, à sesta, cessa
Maria-sem-pressa
Maria-sem-graça
chora, ora, essa
Maria-insossa,
Se é sem fumaça,
Confessa a moça.
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07 agosto, 2007

O INFANTE E A FONTE

A um passo dos desejos
há um lapso de medida
procura a moeda perdida
por culpa de um gracejo
entre o quero e o posso
o que me é dado, o que almejo
entre a indiferença e o gozo
entre o meu, o teu, o nosso,
entre o que sonho e o que vejo
está o destino faustoso
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02 agosto, 2007

ADORMESSIAS

Dorme a ânsia
De enxergar além.
Dorme.
Dorme a ânsia
De chegar ao fim.
Dorme o escuro e, risonho,
Boceja o sonho,
Num arpejo de alegria,
Espreguiça o desejo,
Acorda o dia
Adormecido em mim
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