31 outubro, 2006

SINTA-SE EM CASA





A casa larga.
Ver a cidade
como meu pátio;
o viaduto histórico,
meu quarto ornado.
Como o sal do meu suor.
Bebo a saliva amanhecida.
Durmo sob o olhar do busto
bronzeado.
Acordo sem sobressaltos
com os saltos passantes,
sempre a caminho,
nunca visitantes.
Descanso em praça
e o "se" me acompanhe:
se eu trabalhasse;
se rogasse ao Cristo;
se eu me banhasse;
se eu não fosse visto;
se não estampasse a face sofrida;
se eu não pedisse ;
se fosse comprar comida;
se eu não existisse




Um comentário:

Nani disse...

Um triste realidade.... o feio se fez bonito, em forma de poema.